Os pingos de chuva caem. O sol desaparece, e a natureza entristece comigo tudo o que eu construo sei que fica perfeitamente sem defeitos, como uma peça de artesanato; Ela se desbota, mas continua representando o que quero. Ela não tem sentimentos; A chuva ficou mais forte, sei agora que a natureza sabe da intensidade daminha dor. Neste momento estou pensando em uma peça em que eu criei, esta pra mim é a mais rara.
A chuva agora está acompanhada de raios e trovões. Agora tenho conheçimento dessa dor, eu me apaixonei por essa peça.
A sensação que ela me traz é diferente, acompanha-se de meu deslumbramento; Nos dias de chuva tranquila ela me transmite paz, calma; E em dias mais chuvosos, me traz aconchego, sossego. A Medida em que os pingos aumentam, os arrepios perante ela, multiplica-se em centenas. Acredito que essa paixão veio pra sucumbir todos as minhas ideias, minha rotina, ocupar a minha mente, possuindo cada centrímeto de mim. Apenas precio ter a certeza que vai permanecer, sem desbotar. Agora preciso de uma segurança perante a ausência da dor na próxima vez. Sinto agora desejo da dor .
Será que esta peça é capaz de me fornecer a mesma segurança distante da dor, ou da chuva ?
E com essa paixão sinto agora medo decegar mais, caminhar mais profundo para um mundo que foje do real. Mas agora me sinto bem, pois o mundo real agora só me causa dor. E então, viverei eternamente dentro de duas dores? Não, entrar demais nesse mundo surreal me leva a pensamentos que podem fazer essa paixão acabar. Se essa paixão cega, nunca mais quero ver na vida. A chuva acabou, o céu abriu, a dor continua, e agora tenho de voltar ao mundo real. Mas sim, ainda continuo apixonado por ela, o medo ainda me assombra. Sei que nossa paixão pode acabar por conta de mim. Quem ama cala, quem fala parece mentir, não sei se guardo isso por muito tempo. Então respiro fundo, e com você em mente, sigo em frente.
BertrandMorais/Évelyn Barbosa